Braile e Libras



O que é Braille?

Braille é um sistema de leitura e escrita desenvolvido especialmente para pessoas cegas ou com baixa visão. Foi criado por Louis Braille, um jovem francês que perdeu a visão ainda criança e, aos 15 anos, desenvolveu essa forma de leitura tátil que mudou a vida de milhões de pessoas no mundo todo. O sistema é baseado em células compostas por seis pontos em relevo, organizados em duas colunas de três pontos. Com diferentes combinações desses pontos, é possível formar letras, números, sinais de pontuação e até símbolos usados em matemática e música. Para ler, a pessoa passa delicadamente os dedos sobre os pontos, sentindo as combinações. O Braille é muito importante para garantir a autonomia de quem não enxerga, permitindo acesso a livros, rótulos de medicamentos, sinalizações em locais públicos e várias outras informações do dia a dia. Graças a esse sistema, muitas pessoas conquistam mais independência e oportunidades de estudo e trabalho.


Criador

    O criador do Braille foi Louis Braille, um francês que perdeu a visão ainda criança, aos três anos de idade, após um acidente em uma oficina de seu pai. Apesar de sua deficiência visual, Louis era um estudante muito dedicado e, aos 15 anos, desenvolveu o sistema de leitura e escrita tátil que hoje leva seu nome. Ele se inspirou em um método militar de leitura noturna em relevo, adaptando-o para criar um código muito mais simples e eficiente para que pessoas cegas pudessem ler e escrever de forma autônoma.


Como Funciona

    O Braille é baseado em células de pontos em relevo, que as pessoas sentem com a ponta dos dedos. Cada célula é formada por seis pontos, dispostos em duas colunas de três pontos. Dependendo de quais pontos estão levantados e quais não estão, forma-se uma combinação única — isso representa uma letra, um número, um sinal de pontuação ou até símbolos especiais, como sinais matemáticos ou notas musicais.

    Por exemplo:

  • A letra A no Braille é só um ponto levantado no topo esquerdo da célula.
  • A letra B são dois pontos: o do topo esquerdo e o do meio esquerdo.

  • A leitura é feita da esquerda para a direita, como na escrita comum. Quem lê passa os dedos suavemente sobre as linhas de pontos para sentir cada célula e entender o que está escrito.



Alfabeto Braille

    O alfabeto Braille é composto por uma cela com seis pontos, suas diferentes combinações formam letras, números, sinais, entre outros. Vale lembrar que alguns símbolos do alfabeto mudam de país para país.

Alfabeto em braile

O que é LIBRAS?

LIBRAS é a Língua Brasileira de Sinais, uma língua natural, visual e gestual usada na comunicação entre pessoas surdas ou entre surdos e ouvintes que conhecem essa língua. Ela é reconhecida pela Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que garante seu uso como meio de comunicação e expressão no Brasil. O governo tem a obrigação de apoiar e garantir o ensino de LIBRAS, especialmente na formação de professores, fonoaudiólogos e profissionais da educação. LIBRAS foi criada no Brasil, mas tem influência da Língua de Sinais Francesa. Ela não é uma tradução do português para gestos, mas sim uma língua própria, com regras e estrutura específicas. Assim como qualquer outra língua, LIBRAS tem sua própria gramática, fonologia, morfologia, sintaxe e semântica, sendo organizada de forma visual e espacial.


Inventor da Libras

    A Libras, ou Língua Brasileira de Sinais, foi desenvolvida a partir da combinação da Língua de Sinais Francesa com sinais já utilizados pela comunidade surda brasileira. O professor francês Ernest Huet, que veio ao Brasil a convite de Dom Pedro II, foi fundamental nesse processo, especialmente na fundação do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).


Elementos da Gramática da Libras:
  • Quirológico: Este sistema refere-se aos cinco parâmetros que formam os sinais: configuração de mão, ponto de articulação, movimento, orientação e expressão facial-corporal.
  • Morfológico: Envolve a estrutura das palavras ou itens lexicais, com a formação de palavras e sinais.
  • Sintático: Define a forma como os sinais são organizados para formar frases e expressões. A sintaxe da Libras é visual e gestual, diferindo da sintaxe do português.
  • Semântico:Estuda o significado dos sinais e como eles se relacionam entre si.
  • Pragmático: Considera o uso dos sinais em contextos específicos, incluindo a intenção do falante e o significado que o sinal transmite.

Características da Sintaxe da Libras:
  • Estrutura Tópico-Comentário: A Libras frequentemente utiliza a estrutura tópico-comentário, onde o tópico é apresentado primeiro e o comentário é adicionado posteriormente.
  • Referências Anafóricas: Utiliza pontos no espaço para indicar referências a objetos ou pessoas previamente mencionados.
  • Ordem de Palavras: A ordem de palavras na Libras pode ser diferente da ordem de palavras no português, com o foco na clareza visual e gestual.
  • Uso de Artigos, Preposições e Conjunções: O uso de artigos, preposições e conjunções é menos comum na Libras, que utiliza mecanismos diferentes para expressar relações entre os sinais.


Alfabeto em Libras (Língua Brasileira de Sinais).


Qual é a Diferença entre Libras e Língua de Sinais?

Libras e línguas de sinais são termos intercambiáveis em muitos contextos, mas é importante destacar a diferença dessas expressões. Libras é a sigla para Língua Brasileira de Sinais, uma língua gestual única que se desenvolveu no Brasil e é utilizada pela comunidade surda brasileira. Por outro lado, “língua de sinais” é um termo mais genérico que se refere a qualquer língua gestual usada em diferentes partes do mundo. Cada país tem sua própria língua de sinais, com gramática, sintaxe e vocabulário específicos, o que significa que a Libras é diferente da American Sign Language (ASL) ou de outras línguas de sinais em termos de estrutura linguística e sinais utilizados.

Enquanto a Libras é exclusiva do Brasil e tem sua própria gramática e vocabulário, outras línguas de sinais, como a ASL nos Estados Unidos ou a Língua Gestual Portuguesa (LGP) em Portugal, possuem características únicas e distintas. A diferença entre Libras e outras línguas de sinais vai além das simples variações regionais, abrangendo diferenças fundamentais na estrutura linguística, expressão facial e uso de espaço. Embora todas essas línguas sejam gestuais e sejam usadas pela comunidade surda para se comunicar, cada uma tem sua própria identidade cultural e linguística.