Perguntas Frequentes



A acessibilidade digital é um direito fundamental e um compromisso com a inclusão. Nesta seção de Perguntas Frequentes (FAQ), você encontrará respostas objetivas e diretas sobre os principais temas abordados ao longo do site: desde o conceito de acessibilidade e inclusão digital até os desafios enfrentados por pessoas com deficiência, as principais ferramentas assistivas, normas e boas práticas para tornar a web e as redes sociais mais acessíveis.



A acessibilidade digital engloba práticas e recursos (como leitores de tela, legendas e navegação por teclado) que permitem que pessoas com deficiência usem plenamente sites, aplicativos e redes sociais. Já a acessibilidade física trata de adaptações no ambiente (rampas, elevadores, corrimãos) para acesso a espaços físicos.

Implementar acessibilidade digital traz benefícios significativos: além de ampliar o público-alvo e promover a inclusão social, garante conformidade com a legislação, evitando multas e processos; melhora o SEO, pois buscadores valorizam conteúdo semântico e bem estruturado; e fortalece a reputação da organização, demonstrando compromisso com diversidade, responsabilidade social e direitos humanos.

No Brasil, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) 13.146/2015 estabelece a obrigatoriedade de acessibilidade em sites de órgãos públicos e empresas, enquanto o Decreto 9.451/2018 detalha critérios técnicos para implementação de acessibilidade em serviços de tecnologia da informação, complementando e regulamentando o que a LBI determina.

A ABNT NBR 17225:2025 é a primeira norma técnica nacional que especifica requisitos de acessibilidade digital para sites e apps. Ela detalha e complementa o artigo 63 da LBI, que exige que conteúdos eletrônicos atendam padrões de usabilidade e inclusão.

As WCAG (Web Content Accessibility Guidelines) são recomendações do W3C para tornar conteúdo web perceptível, operável, compreensível e robusto. O nível AA inclui critérios de contraste, texto alternativo e navegação por teclado, sendo o mínimo recomendado por leis brasileiras e internacionais.

O eMAG (“Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico”) adapta as WCAG ao contexto de portais e serviços públicos brasileiros, fornecendo checklists e exemplos práticos para facilitar a implementação em órgãos governamentais.

Empresas e órgãos públicos devem primeiramente mapear as barreiras existentes em seus sites e aplicativos, depois desenvolver as páginas de acordo com normas internacionais e nacionais (como WCAG e ABNT), realizar testes e auditorias regulares com ferramentas especializadas e, por fim, comunicar interna e externamente suas políticas e as correções implementadas para garantir transparência e melhoria contínua.

Para testar, instale a extensão desejada no navegador, abra a página que será analisada e execute a ferramenta: ela apresentará um relatório de erros e avisos que apontam problemas de texto alternativo, contraste, navegação por teclado e semântica. Após a análise, revise o relatório e corrija cada falha seguindo as orientações fornecidas pela própria ferramenta.

O atributo alt deve conter uma descrição breve e precisa do conteúdo e função da imagem. Para imagens puramente decorativas, use alt="" para que leitores de tela as ignorem.

Um contraste de pelo menos 4.5:1 entre texto e fundo garante legibilidade mesmo para quem tem visão reduzida, conforme a diretriz WCAG 1.4.3.

É importante usar elementos nativos de interface (como button e a) sempre que possível, adicionar tabindex="0" a componentes customizados que precisam receber foco, assegurar que o indicador de foco (outline) seja visível e legível, e implementar “skip links” que permitam ao usuário saltar diretamente para o conteúdo principal sem precisar percorrer todo o menu.

Landmarks do HTML5 (como header, nav, main, footer) e ARIA roles (por exemplo, role="banner" e role="navigation") criam pontos de referência estruturados que leitores de tela utilizam para navegar rapidamente entre as principais regiões da página, tornando a experiência de navegação muito mais eficiente para quem não usa mouse.

“Skip links” são links posicionados no início da página—geralmente invisíveis até receberem foco—que permitem ao usuário pular seções repetitivas, como menus, direcionando-o imediatamente ao conteúdo principal; para implementá-los, basta inserir uma âncora antes do cabeçalho e garantir que o elemento de destino tenha o id correspondente.

Usuários com deficiência visual frequentemente se deparam com imagens e gráficos sem texto alternativo, o que impede leitores de tela de transmitir o conteúdo visual; contrastes insuficientes entre texto e fundo tornam a leitura desgastante ou impossível para quem tem baixa visão; e estruturas de navegação complexas, sem uso adequado de marcas semânticas (landmarks) ou cabeçalhos, dificultam a compreensão da hierarquia de informações.

Leitores de tela como NVDA, JAWS e VoiceOver convertem texto em fala ou Braille, permitindo a exploração de páginas web e aplicativos; ampliadores de tela como ZoomText e recursos nativos de Windows e macOS ajudam quem enxerga parcialmente; e aplicativos de suporte humano, como Be My Eyes e Aira, conectam o usuário a voluntários ou profissionais para descreverem ambientes e elementos visuais em tempo real.

A ausência de legendas ou transcrições em vídeos exclui totalmente quem depende de leitura de texto, tornando plataformas como YouTube, Instagram e TikTok inacessíveis; podcasts e áudios sem versão escrita impedem o acesso à informação para surdos; e a falta de alertas visuais para notificações sonoras, como em videoconferências ou lives, faz com que o usuário perca conteúdos importantes.

É recomendado usar closed captions (legendas embutidas) que descrevam falas e sons importantes, disponibilizar sempre um arquivo de transcrição completo do conteúdo falado e incorporar faixas de audiodescrição para narrar ações e elementos visuais essenciais, seguindo as diretrizes WCAG 1.2.2 e 1.2.5 para mídia pré-gravada e ao vivo.

Existem soluções como o VLibras, que oferece widget gratuito para traduzir texto e áudio em Libras, e o Hand Talk, que disponibiliza um avatar 3D capaz de converter conteúdos em linguagem de sinais em tempo real por meio de API ou plugin.

Botões e links muito pequenos ou muito próximos uns dos outros exigem coordenação motora fina e dificultam o clique; componentes que dependem exclusivamente de gestos de arrastar, como drag-and-drop, não têm alternativa para quem não consegue usar o mouse; e CAPTCHAs visuais ou baseados em movimento podem se tornar impossíveis de resolver sem auxílio, bloqueando o acesso a funcionalidades básicas.

Para inclusão de quem tem mobilidade reduzida, deve-se garantir navegação completa por teclado (ativadores tab, enter e space), permitir controle por voz utilizando sistemas nativos ou ferramentas como Dragon NaturallySpeaking, e oferecer compatibilidade com dispositivos de entrada adaptativos, como joysticks, trackballs e switches que não dependem de movimentos finos de mãos.

Usuários com dislexia, TDAH ou autismo podem se sentir sobrecarregados diante de excesso de informações simultâneas, jargões ou linguagem muito técnica; menus não lineares e a falta de fluxos claros geram confusão e distração; e animações rápidas ou time-outs podem impedir a leitura e compreensão completa de textos e formulários.

Adotar linguagem clara e direta, organizar o texto em listas resumidas e parágrafos curtos, utilizar cabeçalhos descritivos acompanhados de ícones ilustrativos, manter espaçamento adequado entre blocos de conteúdo e seguir um ritmo visual consistente são práticas que reduzem a sobrecarga cognitiva e tornam a experiência mais amigável para todos os leitores.

Soluções baseadas em IA como UserWay, que ajusta contraste e navegação por teclado, e accessiBe, que identifica e corrige falhas avançadas (incluindo ARIA e fluxo de navegação), além de serviços como AudioEye e Allyable, oferecem monitoramento contínuo e relatórios automáticos para manter sites sempre atualizados em termos de acessibilidade.

É essencial incorporar requisitos de acessibilidade em todas as sprints do projeto, promover treinamentos e workshops regulares, criar checklists de revisão de código e design específicos para acessibilidade e definir indicadores-chave (KPIs) que monitorem a conformidade ao longo do ciclo de vida do produto, garantindo responsabilidade coletiva.

Cerca de 68,8% das pessoas com deficiência acessam regularmente a internet, enquanto 83,5% desse grupo usam redes sociais, mas apenas 2,9% dos sites brasileiros atendem integralmente aos padrões de acessibilidade, evidenciando a lacuna entre uso e inclusão digital plena.

Para manter-se atualizado, recomenda-se acompanhar publicações do W3C WAI e da ABNT, visitar o portal Governo Digital regularmente, participar de comunidades e fóruns como o “Web Para Todos”, assinar newsletters especializadas e comparecer a eventos e conferências do setor de acessibilidade e UX.

Em todas as plataformas, é crucial inserir texto alternativo descritivo em imagens, legendar vídeos (inclusive stories e reels) e fornecer transcrições de áudios; usar descrições de link claras em publicações que direcionem a sites externos; e, sempre que possível, adicionar audiodescrição para conteúdos visuais complexos, seguindo as orientações específicas de cada rede social.

Instalando extensões como WAVE, axe DevTools e o auditor de acessibilidade do Lighthouse, o time pode rodar análises diretamente no navegador durante o desenvolvimento e antes de cada deploy, além de integrar essas ferramentas ao pipeline de CI/CD para automação de testes e garantia de qualidade contínua.

Libras é a sigla para Língua Brasileira de Sinais. É a língua utilizada pela comunidade surda no Brasil, com estrutura gramatical própria e reconhecimento legal como meio de comunicação e expressão.

Não. Cada país (e até regiões dentro de um mesmo país) pode ter sua própria língua de sinais, com vocabulário, gramática e expressões únicos. Por exemplo, a Libras é diferente da ASL (American Sign Language) usada nos Estados Unidos.

Libras é uma língua de sinais específica do Brasil, enquanto "língua de sinais" é um termo genérico que se refere a qualquer língua gestual usada no mundo.

Não. A Libras tem estrutura própria, diferente do português. Ela não é apenas uma representação visual das palavras faladas, mas sim uma língua completa, com regras gramaticais e sintáticas próprias.

Provavelmente não. Assim como o português é diferente do inglês, a Libras é diferente de outras línguas de sinais, como a ASL (EUA) ou LGP (Portugal). Seria necessário aprender a língua de sinais específica daquele país.

Sim. A Lei nº 10.436/2002 reconhece a Libras como meio legal de comunicação e expressão. Além disso, o Decreto nº 5.626/2005 regulamenta seu uso em instituições públicas e educacionais.

Não. Embora seja a principal forma de comunicação da comunidade surda, familiares, intérpretes, professores, profissionais da saúde, e ouvintes em geral também podem (e muitos devem) aprender Libras para promover a inclusão e acessibilidade.