A deficiência pode ser entendida como uma condição que impacta determinadas funções físicas, sensoriais, intelectuais ou sociais de uma pessoa. No entanto, ela não define o indivíduo, o que realmente limita sua participação plena na sociedade são as barreiras que ainda persistem nos espaços, nas atitudes e na comunicação. Por isso, o conceito moderno de deficiência é baseado nos direitos humanos, enfatizando autonomia, dignidade e igualdade de oportunidades.
Pessoas com cegueira total ou baixa visão, que dependem de tecnologias assistivas para “ver” conteúdo digital.
Pessoas surdas ou com perda auditiva que não conseguem acessar informações transmitidas apenas em áudio
Pessoas com limitações de movimento que dificultam o uso de mouse e teclado convencionais.
Englobam dislexia, TDAH, déficit de memória, autismo e outras condições que afetam processamento de informações.
Saber o que são as deficiências é importa, o que é mais importante ainda é entender um pouco de sua história dentro do contexto social, como as pessoas ao longo da história e de diferentes lugares do mundo tratavam essas pessoas.
A forma como sociedades tratam pessoas com deficiência mudou muito ao longo do tempo. Na Antiguidade, predominavam práticas de exclusão. Em lugares como Esparta, quem não se encaixava no padrão físico esperado era descartado. Filósofos influenciaram essas visões: Platão defendia uma sociedade composta apenas por indivíduos “aptos”, enquanto Aristóteles afirmava que a deficiência não determinava o valor moral de uma pessoa.
Durante o século XIX, surgiu o modelo biomédico, que via a deficiência como um problema individual a ser corrigido. Esse pensamento começou a mudar no século XX, com o avanço do modelo social, que mostrou que a verdadeira limitação está nas barreiras impostas pela sociedade, não na condição da pessoa. A inclusão passa, então, a depender da adaptação dos ambientes, das políticas públicas e das atitudes das pessoas.
A Segunda Guerra Mundial teve grande impacto nesse processo: o retorno de milhares de soldados com deficiências levou governos a criar programas de reabilitação e acessibilidade. Nas décadas seguintes, movimentos liderados por pessoas com deficiência ganharam força, influenciando leis, políticas e mudanças de mentalidade em diversos países.
No Brasil, a pauta ganhou visibilidade a partir de 1981, com o Ano Internacional da Pessoa com Deficiência. A Constituição de 1988 marcou um avanço ao garantir direitos fundamentais. Mais tarde, a Convenção da ONU (ratificada em 2008) e a Lei Brasileira de Inclusão (2015) consolidaram o compromisso com igualdade, autonomia e participação social plena.
A história mostra que a inclusão é fruto de lutas, mobilização social e mudanças culturais profundas. Hoje, a deficiência não deve ser tratada com assistencialismo, mas como uma questão de direitos humanos. Para que a sociedade seja verdadeiramente inclusiva, é preciso continuar investindo em educação, acessibilidade, políticas públicas e, principalmente, na desconstrução de preconceitos.